Proféticas Saudações! Sai precisamente hoje, 4ª feira, 30 de Abril de 2014, o # 1 da segunda série da Prophetical Fanzine, que pertence ao meu amigo Vasco Reigota (ex-Lustful Records) e que conta com 40 páginas (em papel couche e impressão digital), sobre a cena metal nacional e internacional, entrevistas, artigos, reviews, etc... Esta zine profissional custa apenas 3,5€ + portes e podem reservar já. Fiquem com a entrevista a Antiquus Scriptum e fiquem bem! Humildemente: Sacerdos Magus \m/ O \m/
1 - Bem vindo à Prophetical Fanzine, podes começar por nos apresentar o teu projeto? Os seus membros no passado e orientação musical dos Antiquus Scriptum?
Sacerdos Magus - Saudações Vasco e a todos os leitores. Bom, Antiquus Scriptum é o meu projeto pessoal primariamente inspirado no black metal, com fortes raízes na antiguidade, medievalismos, tempos ancestrais, mitologia, mas também focado para temáticas mais abrangentes, atuais e de uma reflexão mais introspetiva... Existe desde 1998, após a minha saída dos Firstborn Evil onde fui baixista desde 95. É uma one man band, portanto não toca ao vivo desde os tempos da primeira formação que deu um único concerto em Almada. O projeto é sustentado na integra por mim e eu sou o único membro efetivo, mas dos muitos músicos participantes com quem tenho vindo a trabalhar, é justo que destaque o Paulo Vieira (Nyx Sludgedweller), que além de músico convidado é quem grava e produz todos os trabalhos de Antiquus Scriptum, o seu irmão Gustavo Vieira (Helskir), que gravou todos os registos de teclado até agora e o seu irmão mais novo Ricardo Vieira (R.V.), que participa também em vários instrumentos e vozes desde há longa data e já agora o Odium, teclista que participará de futuro no projeto.
2 - Define-nos o teu som. Quais as tuas influências musicais? Que bandas ouves mais frequentemente? Onde vais buscar inspiração além disso, quer em termos de bandas ou extra musica?
Como já disse, em Antiquus Scriptum, a base de tudo é o black metal. Uma costela folk sem exageros, mas fundamental no sentimento arcaico que quero transmitir. Mas também influências como o thrash metal, o dark ambient, a música clássica, erudita, renascentista, alguns tribalismos e etc... Eu apesar de ouvir maioritariamente metal e mais black metal desde há uns anos para cá, sou uma pessoa muito aberta musicalmente e basicamente gosto de toda a música feita com sentimento e com garra e que não soe a plástico!... Eu vou buscar inspiração a toda a escola do rock e heavy metal desde o seus inícios, mas também a outros estilos como o punk ou pop dos anos 80. Como já disse gosto muito e deixo-me influenciar pela música clássica também, os variados folclores de qualquer parte do globo, música medieval, ambient, dark ambient, etc, etc etc... Tanto me influencia o "Dark Medieval Times" de Satyricon ou o "In The Nightside Eclipse" dos Emperor, como um recital de piano, violino, etc. Uma ópera, um disco de Beethoven, Mozart, Vivaldi, ou um hit clássico de Sting, The Vapors, ou Ultravox... Por outro lado e falaste no "extra música"... A literatura também é uma forte fonte de inspiração, paralelamente com a música. Ainda para mais num projeto como Antiquus Scriptum que se inspira tanto em contos, lendas e relatos históricos fazendo jus ao próprio nome que em latim significa "Escrituras Antigas" ou "Testemunhos Antigos".
3 - Como está a cena ai na tua zona? Que bandas destacarias e nos recomendarias?
A margem sul está sempre em grande no que toca a bandas e a música. A tradição aqui é disso mesmo e há sempre muito boas bandas a aparecer por aí, ou músicos desta margem envolvidos em projetos relevantes de Lisboa, etc. Há inúmeras bandas mencionáveis, não vou citar ninguém para não ser injusto, mas Almada e toda a margem sul é um bastião do underground, seja ele metal, punk, hardcore, whatever... Acho que não é novidade para ninguém...
4 - Fala-nos um pouco sobre os teus trabalhos em especial o teu álbum do ano passado "Ars Longa, Vita Brevis…". Como decorreram as gravações, vendas e feedback da imprensa e público? Ficas-te contente com o resultado?
Portanto, o "Ars Longa, Vita Brevis..." é o 4º álbum de Antiquus Scriptum, foi gravado no Mosh Pit Studios do meu amigo Paulo Viera e as gravações são sempre uma alegria. Este disco, sendo o 4º, já revela alguma maturidade como trabalho e nota-se uma constante evolução nas estéticas dos temas e composições, sejam elas escritas ou musicais; é um álbum que já a meu ver determinante para a afirmação do projeto. As vendas têm corrido bem, assim como a distribuição que a Pesttanz Klangschmiede, a minha editora e eu, através da minha distro Eye Of Horus Distribution, fazemos. A imprensa tem sido generosa nas reviews e passo a passo o projeto ganha nome no underground, até agora com nota bastante positiva a nível geral. Estou contente com o resultado não só do disco que abriu as portas que eram necessárias abrir, como com o desenrolar de tudo e do resultado do meu contrato com a Pesttanz que tem gerado frutos extraordinários!
5 - Os teus álbuns tem sido re-editados, conta-nos um pouco sobre isso. Como surgem essas oportunidades?
Sim, muitos trabalhos de Antiquus Scriptum e principalmente os álbuns foram todos reeditados pela Pesttanz durante 2013 e agora, 2014. Era uma ambição que eu tinha, ver edições de 1.100 cópias para cada um dos meus 4 discos, depois de durante muitos anos não ter tido a melhor das sortes com os mesmos, na altura que foram gravados... Finalmente apareceu uma editora séria, honesta, que trabalha impecavelmente bem e que apostou tudo no projeto, ao ponto de revisitar toda a discografia em milhares de cópias. Além disto, algumas edições mais pequenas como compilações, o split com The Sorcerer, etc, tem estado também a ser reeditados. Estas oportunidades surgem também na minha constante procura por isso, com contatos que mantenho nesse sentido com muitas labels, etc. O projeto está a ganhar um pouco de dimensão e eu também por causa da distro acabo por conhecer muita gente do meio e há sempre alguém disponível para me lançar os trabalhos, t-shirts, etc, não só a Pesttanz, mas outras... Mas há horas infindas de trabalho e empenho por trás disso e é preciso ter calma, persistência e acreditar no que se está a fazer, nem sempre é fácil!...
6 - Quando sai um novo álbum? O que podemos esperar do futuro?
Não é novo álbum na integra, mas gosto de chamar ao que estamos a preparar de "álbum tributo", que será um disco unicamente de covers, reunindo as diferentes versões que tenho nos álbuns e 5 novas covers que estou a gravar neste momento e que serão acabadas em breve. Chamar-se-á "Recovering The Throne (Tribute Album)" e está previsto sair no início do próximo outono... Álbum novo do principio ao fim mesmo, nunca antes de 2015 / 16. No entanto abundarão as reedições em cd, digipack, tape e vinil. t-shirsts também, etc. Enfim, está a ser uma ano cheio, ainda melhor que 2013!
7 - Já te ocorreu juntar membros á banda, nem que sejam músicos convidados para atuar ao vivo?
Como já disse Antiquus Scriptum tocou ao vivo uma única vez em Almada no ano de 1999. Depois depois disso comecei a tocar sozinho, a compor a grande parte do trabalho e a gravar a maior parte do material, contando com a participação de muitos músicos convidados, como já referi. Essa experiência correu bem e decidi levar assim o projeto adiante, além disso eu gosto muito da onda de projetos como Bathory, Burzum, Darkthrone e essas bandas que nunca se expuseram num live act. A influência da Escandinávia e aquela cena deles que um ou dois gajos fazerem tudo nos projetos simplesmente fascinou-me! Atualmente deve haver triliões de one man bands espalhadas pelo globo... Foi resultado duma "moda" da segunda vaga que se generalizou mundialmente. Eu prefiro assim, não tenho nada contra o pessoal que dá concertos mas para Antiquus Scriptum ser como é, só é possível desta maneira.
8 - Obrigado pelo teu tempo, queres acrescentar algo mais à entrevista? Deixa uma mensagem aos nossos leitores.
A única coisa que quero acrescentar é o pedido que faço sempre ao pessoal... Apoiem as bandas, editoras, zines, etc. Comprem os discos das bandas que gostam, t-shirts, vão aos concertos, comprem aquela zine em papel que alguém ainda se esforça por manter, com é o caso da Prophetical Fanzine que é um ótimo exemplo disso! As bandas passam muitas dificuldades para se manterem ativas e resistirem no tempo e sem a vossa ajuda é complicado sobreviver!... Comprem merch das bandas pequenas, não só das grandes, e apoiem o verdadeiro underground. Agora quero dar um grande abraço a ti, Vasco, por esta excelente oportunidade e ao pessoal que se mantém firme nestas leads do metal extremo! Força & Honra!!
